A utilização de dados processuais massivos e sua análise por meio de técnicas de mineração de processos auxilia no entendimento de como os processos tramitam no Poder Judiciário. Esses dados, apresentados ao pesquisador da área de ciências sociais por meio de ferramentas de “visual analytics”, favorecem o alcance de resultados empíricos relevantes, permitindo a verificação de gargalos nos trâmites processuais, a previsão de tempo de tramitação ou de resultados com algum grau de precisão dadas algumas variáveis (atores processuais, local de tramitação, tipo de ação).
De posse dessas informações, é possível franquear aos vários usuários do direito (sejam operadores, sejam cidadãos, seja a administração pública) dados para uma tomada de decisão mais consciente. É possível responder, por exemplo, se é vantajoso realizar um acordo naquele momento do processo, com relação ao tempo de tramitação ou aos gastos processuais. Essa resposta pode otimizar o emprego de dinheiro público na promoção de políticas para maior emprego de estratégias de resolução alternativa de conflitos; pode permitir uma atuação mais racional dos advogados, com base em dados estatísticos.
Outro aspecto dos estudos envolve a realização de entrevistas para exploração mais a fundo dos dados quantitativos levantados. Com base nas informações fornecidas pela exploração quantitativa dos dados, é possível apontar exatamente quais aspectos e quais atores podem fornecer informações mais precisas e aplicar questionários ou realizar entrevistas direcionadas a esses agentes, de modo a que os resultados qualitativos complementem os dados quantitativos anteriormente obtidos. Do mesmo modo, o grupo tem trabalhado com esses dados numa exploração quanti-quali, abordando as respostas, sempre que possível, de uma forma possível de comparação entre os participantes. Essa exploração prévia é complementada pela exploração qualitativa dos resultados.